A infertilidade é um assunto delicado e que está sempre presente nos meus atendimentos clínicos. No entanto, não é uma raridade: segundo a OMS, cerca de 60 milhões de casais no mundo todo são inférteis e, no Brasil, cerca de 8 milhões de adultos podem ser inférteis.
Além da questão da infertilidade, há também a dificuldade de engravidar naturalmente. Mesmo para um casal saudável, que mantém relações sexuais regulares sem método anticoncepcional, as chances de engravidar são de apenas 20%.
Isso significa que fazer exames de fertilidade é essencial para entender o que está acontecendo com a sua saúde e o que pode ser feito para que você e seu parceiro consigam realizar o sonho de ter um bebê.
Vamos conhecer quais são os exames de fertilidade disponíveis atualmente e quando fazer o seu?
A fertilidade é a capacidade natural de uma pessoa conceber e gestar — no caso da mulher — filhos, ou seja, de reproduzir.
A fertilidade hoje vai além da questão de ser fértil ou infértil: ela é avaliada pelo nível de fertilidade. Isso porque, com o avanço das técnicas de reprodução assistida, mesmo que a fertilidade de um dos parceiros do casal seja menor, é possível fazer um processo de reprodução assistida e realizar o sonho do casal de viver uma gestação.
Bom, existem diversos exames de fertilidade tanto para homens, quanto para mulheres. Primeiro, vamos conhecer os principais exames que servem para avaliar a fertilidade masculina.
O espermograma analisa a qualidade dos espermatozoides no que se refere à sua morfologia; a viscosidade e a cor do sêmen; a concentração, vitalidade e motilidade dos espermatozoides; bem como o volume total ejaculado.
É importante ressaltar que esse não é um teste definitivo de fertilidade, já que homens com problemas de fertilidade podem apresentar resultados normais do espermograma. No caso de alguma alteração grave no espermograma, o especialista solicita uma biópsia testicular para avaliar outros pontos da fertilidade do parceiro.
Também é possível que o especialista solicite uma avaliação genética se o casal tiver casos de doenças hereditárias na família ou ser filho de um casal consanguíneo (que pertencem à mesma família).
Por último, há o teste de fragmentação do DNA espermático, que é complementar ao espermograma e avalia a taxa de espermatozoides que possuem DNA fragmentado.
Já os exames de fertilidade femininos são mais variados:
Avaliam o nível de hormônios importantes para a fecundação como o hormônio folículo-estimulante (FSH); a prolactina; o hormônio tireoestimulante (TSH); o T4; e o hormônio anti-mülleriano (HAM) – principal marcador hormonal da reserva ovariana.
É feito rotineiramente para avaliar a saúde dos órgãos reprodutivos, como útero, ovários e trompas. Serve para verificar se há alguma obstrução, tumor, cisto, mioma, pólipo ou outra alteração nessas estruturas como endometriose.
Como um raio-X para avaliar de forma mais profunda a anatomia das tubas uterinas e do útero.
Um exame cirúrgico e mais invasivo em relação aos anteriores que serve para avaliar o interior do abdome com câmeras para obtenção de maiores detalhes.
A dificuldade para engravidar naturalmente vai aumentando à medida que a mulher vai ficando mais velha por conta de uma diminuição natural da fertilidade feminina com o passar dos anos.
A partir dos 38 anos, a fertilidade diminui consideravelmente e é ideal que o casal que deseja engravidar inicie um acompanhamento com um médico ou médica especialista em técnicas de reprodução assistida para auxiliar no entendimento das condições para uma gravidez saudável e natural, ou para iniciar um processo de FIV, por exemplo.
O primeiro passo para isso é o exame de fertilidade. Casais com mulheres com menos de 38 anos é ideal realizar um exame de fertilidade depois de 12 meses de tentativas frustradas de engravidar naturalmente, sem o uso de métodos contraceptivos e com relações sexuais constantes.
Quando a mulher tem mais de 38 anos, com 6 meses de tentativas frustradas já pode se considerar a possibilidade de infertilidade no casal e é aconselhável fazer o exame de fertilidade com uma especialista em reprodução assistida.
É importante destacar que, a infertilidade não é uma questão apenas da saúde da mulher, ou seja, o homem também pode ser infértil e é preciso fazer uma avaliação em conjunto com o parceiro para determinar os caminhos corretos para um tratamento.
A Dra. Thais Vitti é médica especialista na área de reprodução humana e associada a diversas entidades brasileiras e internacionais de Reprodução Humana.
Conheça um pouco mais da história da Dra. Thais Vitti e como ela pode te ajudar lendo este nosso outro artigo!