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Família homoafetiva: conheça opções para casais que querem ter filhos

Atualizado em  04/07/25
Revisado por
Dra. Thais Vitti

Falar de família vai muito além daquele modelo tradicional que a gente cresceu ouvindo. Amor é o que realmente importa, sendo assim, cada vez mais casais homoafetivos estão realizando o sonho de ter filhos. 

Com o avanço da medicina e mais acesso à informação, existem caminhos reais pra quem quer aumentar a família. Muita gente ainda tem dúvidas sobre como tudo funciona — se precisa adotar, se dá pra ter um bebê biológico, se os dois podem participar do processo… E tá tudo bem não saber! 

Então, se você faz parte de uma família homoafetiva ou conhece alguém que sonha com a maternidade ou paternidade, este artigo foi escrito com muito carinho para esclarecer tudo. Confira!

Como casais homossexuais podem engravidar?

Você sabia que casais do mesmo sexo têm várias formas de ter filhos biológicos? Pois é! A medicina reprodutiva tem aberto caminhos lindos pra quem sonha com a maternidade ou paternidade dentro de uma família homoafetiva. Cada caso tem suas particularidades, mas dá pra realizar esse sonho, sim!

No caso de duas mulheres, o método mais comum é a inseminação artificial com sêmen de doador. O espermatozoide pode vir de um banco autorizado e a fertilização acontece direto no útero de uma das parceiras. 

Tem também a FIV (fertilização in vitro), onde dá pra usar os óvulos de uma e o útero da outra. Esse processo é chamado de "gestação compartilhada" e é uma opção muito escolhida por casais que querem dividir tudo, até a gravidez.

Já os homens precisam contar com barriga solidária (quando uma mulher da família até quarto grau, como irmã ou prima, se oferece para gestar sem fins lucrativos) e também com óvulo doado. 

A fertilização acontece em laboratório, com esperma de um dos parceiros e o óvulo de uma doadora. Depois, o embrião é transferido pra barriga da pessoa que vai gestar. É tudo feito com acompanhamento médico, legalizado e com bastante cuidado.

Ah, e se quiser se aprofundar nas opções, esse e-book da Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA) traz informações confiáveis e atualizadas sobre os tratamentos. Afinal, ter uma família é um direito de todos, com amor, respeito e escolha.

Gestação de substituição: o que é?

A gestação de substituição, que muita gente chama de “barriga solidária”, acontece quando outra mulher, geralmente alguém próxima da família, leva a gravidez no lugar do casal. É muito utilizado por casais homoafetivos masculinos, por exemplo, ou em situações onde a mulher não pode engravidar por algum motivo de saúde.

Mas atenção: no Brasil, não é como nos filmes americanos, onde a pessoa é paga pra isso. Aqui, só é permitida a gestação por solidariedade, ou seja, sem dinheiro envolvido. 

A mulher que aceita essa missão precisa ter laço de parentesco com um dos futuros pais até o quarto grau (como mãe, irmã, tia ou prima). E mesmo nesses casos, o procedimento precisa da liberação do Conselho Regional de Medicina (CRM). Nada pode ser feito por conta própria. É tudo feito com muito cuidado e acompanhamento.

Ah, e se você quiser tirar alguma dúvida, dá uma olhadinha na Resolução CFM nº 2.320/2022, que traz todas as regras direitinho. A gestação de substituição é uma maneira linda de fazer a família homoafetiva florescer com amor e parceria.

E se não tem uma doadora próxima?

No Brasil, a doação de óvulos é anônima por lei, de acordo com as normas do Conselho Federal de Medicina (Resolução CFM nº 2.294/21). Então, se não houver uma doadora parente até o quarto grau, o casal pode contar com óvulos de doadoras voluntárias anônimas, recrutadas por bancos de gametas.

Essas doadoras passam por uma avaliação rigorosa: exames médicos, genéticos e psicológicos. Tudo isso pra garantir que os óvulos sejam saudáveis e a doação aconteça com segurança. 

A clínica faz a escolha da doadora com base em características físicas parecidas com as da receptora, como tipo sanguíneo, cor da pele, olhos e cabelo.

Então pode ficar tranquila: mesmo sem uma parente disponível, é totalmente possível realizar o sonho da maternidade com a ajuda da medicina reprodutiva.

O que diz a legislação brasileira?

Muita gente ainda acha que casais homoafetivos enfrentam um bicho de sete cabeças quando decidem ter filhos. Mas olha, o Brasil já avançou bastante nesse assunto! 

Desde 2011, o Supremo Tribunal Federal (STF) reconhece a união estável entre pessoas do mesmo sexo com os mesmos direitos da união heterossexual. Isso inclui o direito de formar uma família com filhos, seja por reprodução assistida ou adoção.

Se duas mulheres decidem ter um bebê, por exemplo, e optam por inseminação ou fertilização, ambas podem ser registradas como mães logo no nascimento. Não precisa de processo judicial nem de adoção da criança pela outra parceira depois. 

O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) já padronizou isso desde 2017 com o Provimento nº 63 e o cartório deve reconhecer as duas como responsáveis legais desde o início. Bem mais simples do que muita gente imagina, né?

Agora, vale lembrar que mesmo com leis e decisões a favor, alguns cartórios ainda dão dor de cabeça. Por isso, é bom ter orientação de um profissional especializado em direito de família e reprodução assistida. 

Como é feito o registro do bebê?

Quando uma criança nasce por reprodução assistida — seja por inseminação, FIV, doação de gameta ou gravidez de substituição —, desde 15 de março de 2016, o CNJ (Conselho Nacional de Justiça) exige que o registro inclua ambos os nomes dos pais ou das mães direto no cartório, sem precisar ir à Justiça 

A certidão já não usa mais os campos “pai” e “mãe”. Agora ela vem com “filiação”, e permite cadastrar até duas mães ou dois pais. Ou seja, se um casal gay tiver um bebê, os nomes de ambos constam oficialmente desde o nascimento, sem trâmites complicados.

O que é preciso levar:

  • declaração de nascido vivo (DNV);
  • documento da clínica, com assinatura do responsável técnico, explicando o tipo de tratamento feito e quem são os genitores e doadores;
  • certidão de casamento ou união estável, se for o caso.

É importante mencionar que, mesmo com essa norma, ainda existem cartórios que resistem ou criam problemas. Mas a regra é clara: eles não podem negar o registro. Se isso acontecer, dá pra reclamar diretamente na Corregedoria de Justiça local

Amor de todas as formas

Família não se define por modelo, nem por manual. O que une mesmo é o afeto, o cuidado, o querer bem de verdade. E quando esse desejo de formar um lar vem acompanhado do sonho de ter um filho, não importa se o casal é homoafetivo, hétero, ou nada do tipo: o que importa é o amor que transborda.

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Uma publicação compartilhada por Dra Thais Vitti (@drathais.vitti)

Hoje, com informação, respeito e muitos caminhos possíveis, casais homoafetivos conseguem realizar esse plano com segurança e apoio. Existem opções, direitos e profissionais preparados pra ajudar em cada etapa. O que antes parecia distante, hoje está ao alcance de quem acredita. Não desista, tá?

Se esse é o seu momento e você ainda se sente inseguro (a), vem conversar com a Dra. Thais Vitti. Acesse nosso site, marque uma consulta e ela vai te dar toda a orientação e acolhimento que você merece. 


Dra. Thais Vitti
CRM-SP: 125718 - RQE: 53107
Formada e pós-graduada pela USP de Ribeirão Preto, docente da FACERES e membro de diversas sociedades de reprodução e ginecologia.
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