No consultório, uma das perguntas mais comuns que eu ouço é: “Doutora, como eu faço para saber exatamente quando estou no meu período fértil?” Essa dúvida é natural — afinal, entender o próprio ciclo menstrual não só ajuda quem está tentando engravidar, mas também quem quer se prevenir ou apenas conhecer melhor o próprio corpo.
E eu adoro quando vejo minhas pacientes se interessando por isso, porque conhecer seu período fértil é um passo importante para assumir as rédeas da sua saúde reprodutiva. Hoje eu quero te explicar, de forma clara, como calcular seu período fértil, quais os sintomas que você pode observar e quais cuidados ter nessa fase do ciclo. Informação nunca é demais quando o assunto é o seu corpo, né?
O período fértil é a fase do ciclo menstrual em que a mulher tem mais chances de engravidar. Ele começa poucos dias antes da ovulação (quando o óvulo é liberado pelo ovário) e termina no dia seguinte a ela. Isso porque os espermatozóides podem sobreviver no trato reprodutivo por até 5 dias, esperando o óvulo.
Para calcular, o primeiro passo é saber quantos dias tem o seu ciclo. O ciclo menstrual é contado do primeiro dia da menstruação até o dia anterior da próxima. O mais comum é que ele dure 28 dias, mas pode variar entre 26 e 32 dias em muitas mulheres.
Em ciclos regulares de 28 dias, a ovulação geralmente ocorre por volta do 14º dia. Isso significa que o período fértil começa por volta do 10º ou 11º dia e vai até o 15º dia. Mas atenção: esse cálculo é apenas uma média.
Se seus ciclos são irregulares, ou mais longos ou curtos, a conta muda. Existem aplicativos e calculadoras online que podem ajudar, mas nada substitui o acompanhamento do seu padrão pessoal — e, se necessário, a orientação médica.
O corpo costuma dar sinais quando está no período fértil, basta você observar. O sintoma mais característico é a mudança no muco cervical: ele se torna mais abundante, transparente e elástico, parecido com clara de ovo. Essa secreção facilita a passagem dos espermatozoides.
Outros sinais que algumas mulheres notam são um discreto aumento da temperatura basal (aquela medida ao acordar, antes de se levantar), leve dor ou pontada em um dos lados do baixo ventre (chamada dor da ovulação), aumento da libido e maior sensibilidade nos seios.
Esses sinais variam de mulher para mulher. Nem todas percebem todos eles, mas prestar atenção nessas pistas ajuda bastante a identificar quando você está fértil.
Essa também é uma dúvida muito comum. Em ciclos regulares de 28 dias, o período fértil começa por volta do 10º dia após o início da menstruação e vai até o 15º. Ou seja, geralmente entre 10 e 15 dias após o primeiro dia do sangramento.
Se você tem um ciclo mais curto (por exemplo, de 26 dias), o período fértil pode começar já no 8º ou 9º dia. Em ciclos mais longos (como 32 dias), pode ser que só comece no 12º ou 13º dia. Por isso, mais uma vez, é importante acompanhar seus ciclos por alguns meses para identificar o padrão.
Para mulheres com ciclos muito irregulares, pode ser difícil prever com exatidão. Nesses casos, exames hormonais e ultrassons seriados podem ajudar a determinar a ovulação.
Os cuidados vão depender do seu objetivo. Se você está tentando engravidar, é nesse período que você deve ter relações sexuais com mais frequência, idealmente um dia sim, um dia não, durante toda a fase fértil. Não se cobre demais — manter o estresse sob controle ajuda até mesmo na fertilidade.
Por outro lado, se você quer evitar a gravidez, o período fértil é justamente quando você deve ter mais cuidado com o uso de métodos contraceptivos. A camisinha continua sendo indispensável para evitar infecções e uma gravidez não planejada. E para quem não usa métodos hormonais, conhecer o próprio período fértil é essencial para se proteger.
Além disso, observe se os sinais do corpo estão mudando muito de um ciclo para o outro, ou se você tem sangramentos irregulares, dor intensa na ovulação ou outros sintomas que preocupam. Esses sinais podem indicar alterações hormonais ou ginecológicas que merecem investigação.
Conhecer seu corpo é uma forma de autocuidado poderosa. E eu sempre reforço para as minhas pacientes: não tenha vergonha de tirar dúvidas com seu ginecologista e de buscar informações confiáveis.
Se você gostou dessas dicas, me segue lá no Instagram para acompanhar mais conteúdos sobre saúde feminina e reprodução humana. Te espero por lá!
